quarta-feira, 8 de abril de 2015

Fortaleza tem a cesta básica mais cara do Nordeste e São paulo a maior do país

Fortaleza registrou a cesta básica mais cara do Nordeste em março custando R$ 304,59. O valor representa alta de 4,22% frente a fevereiro. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2015, dentre as seis capitais da região contempladas na Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, a Capital cearense ficou em terceiro lugar no ranking das mais caras.
A pesquisa é realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que analisa mensalmente 18 capitais brasileiras. Deste total, 13 registraram aumento no segmento em março.
A cesta básica de Fortaleza ficou mais cara que Salvador (R$ 302,97), Recife (R$ 298,60), Natal (R$ 289,21), João Pessoa (R$ 288,43) e Aracaju (R$ 273,21).
O presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Gerardo Vieira Albuquerque, disse que existe uma variável na medida em que os preços, dentro da própria Capital, se diferem. “Quando o mercado lança promoção, os mesmos produtos variam de 5% a 20%. Na cesta, variam em torno de 10%”.
O professor de Economia da Universidade de Fortaleza (Unifor), Mário Monteiro esclarece que a elevação pode ser atribuída ao efeito da elevação do dólar, do combustível e do frete.
O tempo médio para adquirir a cesta foi de 85h02min. A porcentagem do salário mínimo líquido de Fortaleza registrou 42,01% - o salário mínimo é de R$ 788,00, o que correspondente a uma jornada mensal de trabalho de 220 horas.
Alimentos
Fortaleza registrou a segunda maior inflação da cesta básica em março, com alta de 4,23%, perdendo apenas para Manaus (4,92%). No acumulado de 12 meses, a inflação foi de 6,35%. Na Capital, sete itens sofreram alta e cinco tiveram retração. O tomate registrou a maior variação, com 29,93%. 

A economista do Dieese responsável pela pesquisa na Capital, Elisama Paiva, explicou que esta crescente decorre do condicionamento climático da Serra da Ibiapaba, responsável pelo abastecimento de Fortaleza.
“Lá choveu bastante. Com isso, diminui a oferta de produtos na região porque o tomate é totalmente perecível. Aqui, o excedente diminui e, consequentemente, o preço aumentou”, explica Elisama.
Ela disse que o feijão carioca é o de maior consumo no estado, vindo de Minas Gerais e Paraná. “Na maioria dos casos, o consumidor substituiu o alimento por outro”, diz Gerardo.
Para o professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcos Holanda, o cenário é de alta generalizada. “A inflação de serviços também continua muito alta. Temos uma inflação subindo e uma perda de renda do trabalhador. Esse aumento gera uma conjunção de fatores bem preocupante”.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março, Fortaleza teve aumento de 0,57 pontos percentuais na inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a inflação de serviços em Fortaleza continuou em alta, saindo de 1,27% para 0,91%.