sábado, 25 de maio de 2013

Trabalho assalariado e empresas crescem menos


O Rio Grande do Norte fechou o ano de 2011 com o segundo menor crescimento do Nordeste   no número de trabalhadores assalariados, 0,7% - atrás apenas de Alagoas - e o terceiro menor incremento no país em relação ao número de empresas (0,2%), se comparado com o ano anterior.  Os dados fazem parte do Cadastro Central de Empresas (Cempre/2011), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O desempenho está bem abaixo da média nacional de crescimento para o número de trabalhadores assalariados, de 5,1%, e   reforça a necessidade de investimentos em políticas de estímulo à  geração de emprego, segundo o analista do IBGE, Ivanilton Passos. Segundo ele, o resultado registrado no estado reflete o ritmo da economia local, que entre 2002 a 2010, apresentou o menor crescimento do PIB. “O RN ficou abaixo da participação média do país,     a PEA (população economicamente ativa) no período de 2008/2011 foi  de 7,2%”, diz.

O contingente de pessoas ocupadas assalariadas no mercado formal, em 2011, era de 654.089 e a média mensal salarial no Estado era de 2,6 salários mínimos, o 11º maior no ranking nacional. Os maiores salários ficaram com os profissionais do ramo de eletricidade e gás, indústria extrativas e atividades financeiras no Estado e os menores com os trabalhadores que atuam nos setores de comércio, de atividades administrativas (veja o quadro).

Setores

A maior concentração de mão de obra e salários permanecem no setor público. O setor da administração pública, defesa e  seguridade social responde por  quase 30% dos postos de trabalho formais e concentra mais de 40% da renda – R$ 4,7 bilhões em salários e outras remunerações, naquele ano. “Isso é prejudicial ao ponto que engessa a economia, que permanece na dependência, ao contrários dos outros estados que tem expansão no setor industrial e no comércio”, afirma Passos.

A atividade Comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas registrou ganhos de participação em quase todas os  Estados. O RN ficou na quinta posição, com 1,4%. 

A atividade é a segunda maior em absorção de mão de obra formal no Estado, com 136.558 trabalhadores assalariados e ocupados, cujos salários e outras remunerações somaram R$ 1.1 bilhões. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Autopeças e Acessórios do RN, Sincopeças, vinculado a Fecomércio, Itamar Maciel, observa que o cenário atual não é tão promissor.

“Esta era uma realidade há dois anos, quando o mercado estava aquecido”, afirma. Com as políticas de redução de taxas de juros como o IPI para veículos, explica ele,  a aquisição de carros novos e em muitos casos com garantia de peças estendida,   trouxe a desaceleração em contratações. “Os postos de trabalho tanto para vendas como em serviços de manutenção é requerido por carros com a partir de 3 anos de uso, isso gerou sim uma queda de empregos”, disse Maciel.

A seção Indústrias de transformação foi a segunda com maiores perdas de participação relativa no período de 2008 a 2011. As maiores quedas foram apresentadas em Alagoas (-3,4 pontos percentuais), Rondônia e Rio Grande do Norte (-2,0 pontos percentuais em ambas). A retração se deve a crise na indústria têxtil, segundo o Ivanilton Passos.

Contudo, o setor ocupou o terceiro lugar em número de pessoas ocupadas em 2011, com 72.544 pessoas, em salários, retiradas e outras remunerações somou R$ 825,4 mil.

Fonte: Tribuna do Norte