quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Operação Vulcano" Promotora diz que “já se pode afirmar que há cartel na revenda de gasolina em Mossoró”


“Agora já se pode afirmar que há cartel na revenda de gasolina em Mossoró: há provas! Provas são o que não faltam na Operação Vulcano: estou estafada de ler os autos e satisfeita com o nível e profundidade da investigação”.

Ximenes: sim, "há um cartel"
Essas declarações acima são da promotora da Defesa do Consumidor de Mossoró, Ana Ximenes, que a infindáveis anos empreende uma cruzada contra preços abusivos e assemelhados no ‘concorrido’ setor de combustíveis automotivos do município.
Segunda ela, “desde ontem estudo o inquérito policial da Operação Vulcano (que eclodiu ontem, por ação da Polícia Federal, com apoio subsidiário do Ministério Público). Havia fundamento para prisões e buscas”.
Ela lembra, o que este Blog citou ontem em primeira mão: o Conselho Administrativo de Direito Econômico do Ministério da Justiça (CADE), participou de forma suplementar da força-tarefa. Existiam elementos indicando a formação de cartel em Mossoró, a partir de formação de grupo com esse fim – envolvendo empresários da área de combustíveis.
O QUE É UM CARTEL – É um acordo explícito ou implícito entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou cotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação ou, por meio da ação coordenada entre os participantes, eliminar a concorrência e aumentar os preços dos produtos, obtendo maiores lucros, em prejuízo do bem-estar do consumidor.
“Há tantas provas a confrontar com os depoimentos, inclusive oriundas das buscas, que o doutor Eduardo Bonfim (delegado federal responsável pela operação) precisará de todos os 5 dias da prisão temporária”, estima.
A promotora lembra que “buscas da Operação Vulcano foram submetidas à análise previa de especialistas do Cade, ao parecer do MP e ao crivo do juiz Cláudio Mendes (3ª Vara Criminal)”.
Em resposta à nota oficial da Câmara de Mossoró, que considerou a busca e apreensão nesse poder algo descabido, ela fustiga: “Será que todos estes órgãos e instituições têm ‘fetiches’ e são contrários ao Estado Democrático de Direito?”
Quando o Projeto de Lei da Prefeitura de Mossoró, nº 057/2011, tramitava na Câmara Municipal, criando facilidades para um cartel impedir a livre concorrência, Ana Ximenes reagiu. Chegou a ameaçar entrar com procedimento legal, arguindo inconstitucionalidade da matéria.
Ao mesmo tempo, a Polícia Federal já rastreava reuniões, diálogos telefônicos e outros movimentos de personagens da política e da vida empresarial mossoroense. Levantava elementos que indicariam a existência do cartel.
(Com informações do blog do Carlos Santos)